Condenado por vários crimes, Marcelo Nascimento da Rocha, cuja história inspirou o filme “VIPs – Histórias Reais de um Mentiroso” e é considerado um dos maiores golpistas do país, foi preso nesta quarta-feira (25) durante a Operação Regressus por apresentar atestados falsos para a progressão de regime.

A defesa de Marcelo VIP negou que ele tenha falsificado documentos e afirmou que o tempo de trabalho será comprovado.

Também foram presos em Cuiabá, durante a operação, o ex-assessor da 2ª Vara Criminal de Cuiabá (Vara de Execuções Penais), Pitágoras Pinto de Arruda, e o condenado por tráfico de drogas Márcio Batista da Silva, conhecido como Dinho Porquinho.

A operação foi deflagrada pela Polícia Civil de Mato Grosso com o apoio do Ministério Público Estadual (MPE) e do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). Ainda são cumpridas 19 ordens de busca e apreensão em Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis e Rio de Janeiro.

A polícia suspeita que outros presos possam ter conseguido a remição da pena usando documentos falsos ou empresas de fachada.

Marcelo “Vip”, como ficou conhecido, passou quatro anos na prisão e em 2014 passou a cumprir pena em regime semiaberto, mas, como Mato Grosso não tem estrutura adequada para esse tipo de regime, foi beneficiado com a prisão domiciliar, após comprovar que tinha trabalho.

Ele era monitorado com tornozeleira eletrônica.

Piloto de avião, Marcelo é acusado de aplicar diversos golpes e parte dessas histórias foi contada no livro “VIPs – Histórias Reais de um Mentiroso”, depois adaptado para o cinema com atuação de Wagner Moura no papel do golpista.

Ele já foi condenado por crimes como associação ao tráfico, roubo de avião, estelionato e falsidade ideológica. Foi preso em 12 estados diferentes e fugiu nove vezes.

A operação

Os mandados de prisão foram expedidos pala Vara Contra o Crime Organizado de Cuiabá.

A investigação é coordenada pela Gerência de Combate ao Crime Organizado e teve a cooperação da Subsecretaria de Inteligência do Estado do Rio de Janeiro e a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh).

A apuração é sedimentada em três inquéritos instaurados na Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), que apuram fraudes processuais para obtenção de progressão de regime, peculato e também lavagem de capitais de presidiários que progrediram usando documentos falsos.