No último domingo o Brasil foi surpreendido com a notícia de que o maior museu do país, o Museu Nacional, estava sendo extinguindo da história após ter sido atingido por um incêndio de grandes proporções. Artistas e personalidades públicas se pronunciaram sobre o ocorrido e houve até quem indicasse culpados para serem responsabilizados pela perda.

No Instagram, o apresentador Luciano Huck criticou a falta de investimentos públicos e falta de valorização de um órgão tão importante para a história do país:

Perda inestimável de um enorme acervo do patrimônio histórico brasileiro. Resultado de uma politica cultural equivocada que não valoriza nossos museus como deveria. Entender nosso passado, é o melhor jeito de desenhar nosso futuro. Muito triste com a cena do museu ardendo em chamas.

O humorista Rafinha Bastos utilizou as redes sociais para afirmar que mais triste que o incêndio, é a parcela da sociedade que nunca se interessou pelo histórico Museu:

Triste o Museu Nacional ter pego fogo.. mais triste é você nunca ter se interessado por ele… mais triste ainda é você estar chorando por algo q nunca te interessou… ainda mais triste sou eu te julgando por estar chorando sem nem saber q ele ou você existiam. Triste isso.

A ex-atacante da seleção brasileira de voleibol Ana Paula, indicou o reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro como responsável pela tragédia:

“As fotos são inacreditáveis!! O diretor do Museu Nacional, Alexandre Kellner, e o reitor da URFJ, Roberto Leher, deveriam ser afastados de seus cargos imediatamente.”

Ana Paula lembrou ainda que no quarto que foi do príncipe D. João VI havia uma gambiarra ligando um frigobar.

A cantora Elza Soares publicou fotos no Instagram tapando os olhos, os ouvidos e a boca e propôs que o povo, além de estar em luto, esteja “em luta”. Ela critica que a comoção nacional deveria ocorrer antes das chamas tomarem conta do acervo e cita a vereadora Marielle Franco, a cidade que Mariana, onde houve o rompimento da barragem da Samarco e o compositor Luiz Melodia, morto em agosto de 2017:

Estamos de luto. Sim. Mas quero propor uma reflexão. Não poderíamos estar “em luta”. Porque deixamos para reunir as forças em comoção nacional depois que o fogo consumiu o Museu Nacional do Rio de Janeiro, mesmo após inúmeros pedidos de socorro dos seus gestores? […] Deixaremos um boçal misógino qualquer assumir a presidência do nosso país e reclamaremos depois? Gente, eu tenho gritado muito o agora, esse “now” que falo. Já senti na pele as feridas desse “depois brasileiro”. Brasil, qual o teu negócio? Continuaremos deixando pra depois? #ElzaSoares #MuseuNacional

O apresentador Marcelo Tas afirmou que o incêndio no Museu Nacional do Rio de Janeiro é o reflexo do descaso com a educação brasileira: “Incêndio no Museu Nacional é tragédia anunciada e o retrato do descaso com a história e a educação brasileiras”.

O ex-jogador Pelé também se manifestou no Twitter sobre o incêndio. Ele afirmou que todo acervo havia se transformado em cinzas e disse que agora é preciso pensar na reconstrução do Museu. A declaração recebeu críticas dos internautas:

Não há nada mais fértil que as cinzas. Do que restou do nosso Museu Nacional, precisamos reconstruir com novas ideias, novas energias.

A cantora Marisa Monte lembrou no Twitter que, com o incêndio, parte do passado do país também foi perdida:

Ontem, ao ver a cena do incêndio, senti que quem estava pegando fogo éramos nós. Muito triste perdermos de uma forma tão devastadora parte do nosso passado.