A repercussão positiva com a troca do comando do Ministério do Desenvolvimento Regional foi maior do que a expectativa original do Palácio do Planalto.

Assim que foi anunciado o nome de Rogério Marinho para pasta, muitos congressistas ligaram para gabinetes palacianos com elogios ao novo ministro. O próprio presidente Jair Bolsonaro foi elogiado pela troca.

A expectativa no governo é que o deslocamento de Marinho para o primeiro escalão ainda terá um efeito colateral positivo: uma articulação melhor do Executivo com o Congresso para votar a agenda das reformas econômicas.

“Se como secretário ele já foi essencial para a aprovação da Previdência, imagina na condição de ministro, com caneta na mão?”, argumentou um ministro.

No Planalto, a avaliação é que Marinho deve intensificar o seu papel como um interlocutor preferencial dos parlamentares com o Executivo. E que, pelo fato de estar no ministério que comanda programas como “Minha Casa, Minha Vida” e ações estratégicas no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, dará munição ao novo ministro para melhorar a relação do governo junto ao Congresso.

Marinho foi responsável pela articulação da reforma trabalhista, ainda no governo do ex-presidente Michel Temer, quando era deputado federal. A pauta foi responsável, segundo ele próprio atribui, pela não-reeleição a deputado federal.

Com grande experiência política e conhecimento de Brasília, onde passou a infância, Marinho é neto do ex-deputado Djalma Marinho, que dá nome ao plenário da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados.

Marinho tem excelente trânsito com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e atuou, ao longo da negociação da reforma da Previdência, como um “bombeiro”, aparando arestas entre o ministro Paulo Guedes e o Congresso. No ano passado, chegou a ser cogitado para um posto no Palácio do Planalto, como articulador de outras reformas, como a tributária.